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Cuiabá, Mato Grosso, Brazil
Dr. Gustavo Moreira Oliveira Cirurgião Dentista formado pela UNIC em 1998; Mestre em Ortodontia pelo Instituto Vellini e UNICID-SP; Especialista em Ortodontia pelo SINODONTO-MT; Pós-graduação em Ortodontia e Ortopedia Infantil pela UNIC; Pós-graduação em Disfunção da ATM e Dor Oro-facial pela UNIC; Especialista em Didática do Ensino Superior pela UNIC; Especialista em Gestão Empresarial focada em Clinica de Ortodontia pela ABF e CIESP-RP; Professor do Curso de Especialização em Ortodontia do CAES-MT, . Professor do Curso de Especialização em Ortodontia SIOMS; Professor do Curso de Especialização em Ortodontia Base Aérea de Campo Grande - MS; Membro da SBPqO

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

MINIIMPLANTES E IMPLANTES NA ORTODONTIA -MINI-IMPLANT AND IMPLANTED INTO ORTHODONTICS


MINIIMPLANTES E IMPLANTES NA ORTODONTIA: MOVIMENTO DE INTRUSÃO E RETRAÇÃO EM ADULTOS .

MINI-implant and implanted into Orthodontics: MOVE INTRUSION IN ADULTS and retraction.

SINOPSE:

A aplicação dos miniimplantes e dos implantes osteointegrados na movimentação ortodôntica possibilitam mecânicas com novas possibilidades nos tratamentos ortodônticos.

AUTORES:

Dr. Gustavo Moreira de Oliveira e-mail: gustavomo@brturbo.com.br, Dr. Hassan Isber, Dra. Daniela Gamba Garib


Introdução


Com o avanço da utilização dos implantes na Odontologia, surgiram novas possibilidades de tratamentos clínicos, modificando formas de planejamento, que outrora, eram clássicas dentro das especialidades odontológicas. Nesta ótica o tratamento requer a inter-diciplinalidade na realização dos planejamentos clínicos. A partir dos estudos de vários autores, os quais citamos: BRÁNEMARK (1983), Postermam (1995), SORENSON (1995), ROBERTS; ARBUCKLE; ANALOUI (1996), SHELLHART; MOARWOD; LAKE17 (1996), que utilizaram implantes osteointegrados para a tratamento ortodôntico, utilizando após a movimentação, os implantes foram usados na reabilitação protética. Estes autores buscaram mostrar a eficácia da utilização de implantes como ancoragem, sem ocorrer os efeitos indesejáveis da terapia ortodôntica convencional. Porem, nos casos em que a reabilitação protética não é necessária, a inserção de implantes osteointegrados não possue indicação, simplesmente porque o paciente não tem ausências dentais. Neste sentido KANOMI (1997), Melsen (1998), utilizaram miniimplantes como ancoragem ortodôntica, estes dispositivos hoje se transformaram em uma saída confiável e eficaz, onde na sua quase totalidade dos casos tratados constatamos ausência de sinais de reabsorção radicular ou patologias periodontais. Conforme Proffit e Fields (2002), “a ancoragem é a resistência a movimentos indesejados” portanto os miniimplantes promovem ao ortodontista um ponto fixo e imóvel dentro da cavidade bucal, para que sejam realizadas mecânicas simples ou complexas de forma controlada e previsível. Na literatura, autores como Bae (2000), Park (2001), Kyung (2004) e Laboissière (2005) afirmam que um sistema de ancoragem absoluta, para ser considerado ideal, deve possuir as seguintes características: fácil instalação, ser resistente às forças ortodônticas, de simples remoção, tamanho reduzido e pronto para ativação imediata para minimizar o tempo e eficiência do tratamento. Segundo Bezerra et al. (2004) e Araújo et al. (2006) relatam que dentre as várias formas de se obter a ancoragem absoluta indicadas na literatura, a que tem demonstrado maior aplicabilidade clínica é a técnica utilizando os miniimplantes ortodônticos, comparados com os outros sistemas de ancoragem absoluta, como os implantes osteointegráveis ou as mini-placas. O miniimplante tem se apresentado como um importante método de ancoragem em ortodontia, eliminando em grande parte a necessidade de cooperação dos pacientes.


Relato do Caso:


Paciente do gênero feminino, v.r.n.g.p, 50,6 meses de idade, procurou tratamento ortodôntico com a queixa principal consistindo na ausência de estética do sorriso. A paciente apresentava ausência dos dentes póstero-inferiores, perdas ósseas periodontais acentuadas, redução do terço inferior da face, e apinhamento superior e inferior. A mesma apresenta próteses provisórias nós dentes póstero-superiores.


Tratamento Realizado:

O plano de tratamento incluiu terapia periodontal prévia e concomitante à movimentação dentária, ortodontia corretiva com emprego de miniiplantes para intrusão dos dentes posteriores da maxila e reabilitação protética por meio de implantes osteointegrados. Os miniimplantes foram posicionados na região distal da maxila, acima do terço médio da raiz do primeiro molar, por vestibular e por palatino (Figuras 2a, 2b, 2c, 2d, 2e, 2f e 2g). A mecânica iniciou-se com fio 0,14 niti e no decorrer do tratamento as espessuras e a rigidez do fio foram aumentando, na fase final do tratamento utilizou-se um arco de chave dupla com efeito intrusivo e de retração. Desde o primeiro momento foram sendo aplicadas forças nos miniimplantes aplicados na maxila com elásticos em corrente, por vestibular e palatino, nos molares do lado direito superior foi aplicado um dispositivo colado com resina composta para estabilizar os dentes pela face palatina (figura 2g). Na mandíbula aguardou-se a osteointegração dos implantes, que após recebeu mecânica de retração nos caninos inferiores. Foi prevista a retração do segmento antero-superior para os espaços das próteses provisórias dos primeiros pré-molares, com as próteses provisórias sendo desgastadas até que o espaço estivesse fechado Aproximadamente após 3 meses, observou-se uma significante quantidade de intrusão dos dentes posteriores superiores (Figura 3b e 3c). A medida que esses dentes intruíam, acrescentava-se resina sobre a distal dos elementos provisórios sobre os implantes inferiores. Os caninos inferiores foram retraídos no intento de corrigir o apinhamento anterior, utilizando-se como ancoragem os implantes osteointegrados da mandíbula, que foram posicionados durante o movimento de intrusão de seus antagonistas (figuras 3a, 3b, 3c, 3d e 3e). Dentre os recursos de ancoragem, os miniimplantes superiores foram escolhidos devido à necessidade de retração do segmento anterior e intrusão dos dentes posteriores. A extrusão inicial dos dentes posteriores superiores inviabilizava a reabilitação protética do paciente. O mesmo princípio foi utilizado na mandíbula, porem usando-se ao implantes protéticos, os quais foram utilizados como ancoragem somente após o período de osteointegração.

O tratamento ortodôntico foi concluído após 19 meses. Após a finalização da movimentação ortodôntica, a paciente foi encaminhada para tratamento estético da região anterior e orientada quanto a importância da manutenção da saúde periodontal com o acompanhamento do especialista (figuras 4a, 4b, 4c).


Resumo

Com o avanço da utilização dos implantes na Odontologia, surgiram novas possibilidades de tratamentos clínicos, modificando formas de planejamento, que outrora, eram clássicas dentro das especialidades odontológicas. Estes dispositivos hoje se transformaram em uma saída confiável e eficaz, onde na sua quase totalidade dos casos tratados constatamos ausência de sinais de reabsorção radicular ou patologias periodontais. O miniimplante tem se apresentado como um importante método de ancoragem em ortodontia, eliminando em grande parte a necessidade de cooperação dos pacientes alem de serem confortáveis e confiáveis para os profissionais. É o que procuramos mostrar nesta apresentação de caso clinico.

Conclusões

Nos tratamentos ortodônticos realizados com miniimplantes, a qualidade do sistema de ancoragem é fundamental, esta deve estar estável e não apresentar movimentação em relação à unidade ativa, nestes casos a osteointegração é indesejavel. O inverso ocorre quando se utilizar os implantes reabilitadores, pois é necessário aguardar o tempo osteointegração para aplicação de forças, que será utilizando em outro período de tratamento com finalidades protéticas e é nestes casos em que são indicados este tipo de ancoragem. Apesar de existirem diversas possibilidades de ancoragens intra ou extrabucais, intra ou intermaxilares, somente a utilização de miniimplantes possibilita a obtenção de um sistema de ancoragem direta simples, eficiente, de custo reduzido e com varias aplicabilidades clínicas.

Descritores

Procedimentos de ancoragem ortodôntica; implantes dentários; ortodontia

Abstract

With the advancement of the use of implants in dentistry, new opportunities have arisen for medical treatment, changing ways of planning, which once were within the traditional dental specialties. These devices now turned into a reliable and efficient exit, where almost entirely of treated cases found no signs of root resorption or periodontal diseases. The miniscrew has been presented as an important method of anchoring in orthodontics, largely eliminating the need for cooperation of the patients besides being comfortable and reliable for the professionals. It is trying to show that this case report.

Conclusions


In orthodontic treatments performed with miniscrew, the quality of anchoring system is essential, it must be stable and not present in relation to the handling unit active in such cases the osteointegration is undesirable. The reverse occurs when using the implants rehabilitation, it is necessary to wait for the time osteointegration enforcement forces, which will be used in another period of treatment with prosthetic purposes and in these cases is that they are given this type of anchoring. Although there are several possibilities for intra or anchorages extrabucais, intra or intermaxillary, only the use of miniscrew possible to obtain an anchoring system of direct simple, efficient, low cost and with several clinical applicability.


Indexing terms: Orthodontic anchorage procedures; dental implants; orthodontics

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