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Dr. Gustavo Moreira Oliveira Cirurgião Dentista formado pela UNIC em 1998; Mestre em Ortodontia pelo Instituto Vellini e UNICID-SP; Especialista em Ortodontia pelo SINODONTO-MT; Pós-graduação em Ortodontia e Ortopedia Infantil pela UNIC; Pós-graduação em Disfunção da ATM e Dor Oro-facial pela UNIC; Especialista em Didática do Ensino Superior pela UNIC; Especialista em Gestão Empresarial focada em Clinica de Ortodontia pela ABF e CIESP-RP; Professor do Curso de Especialização em Ortodontia do CAES-MT, . Professor do Curso de Especialização em Ortodontia SIOMS; Professor do Curso de Especialização em Ortodontia Base Aérea de Campo Grande - MS; Membro da SBPqO

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Tracionamento dentário com finalidade periodontal: caso clínico








Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Gaúcha de Odontologia, pelos autores Ronaldo de Oliveira TEIXEIRA, Márcio Eduardo Vieira FALABELLA, José Márcios FALABELLA, Henrique Guilherme de Castro TEIXEIRA, Marco Antonio Ferreira CALVÁRIO; da Faculdade de Odontologia. Juiz de Fora, Minas Gerais e da UNIGRANRIO. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Mostra o tracionamento radicular ou também chamado de erupção forçada que pode ser utilizado para recuperar as distâncias biológicas em dentes com fraturas transversais abaixo do nível ósseo, perfurações laterais de raiz, cáries subgengivais, reabsorções radiculares cervicais entre outros transtornos.

Dentes com cárie, fratura ou perfuração, em nível subgengival comprometem a integridade do periodonto com invasão das distâncias biológicas, cuja existência é fundamental para a aderência do epitélio juncional e inserção de fibras conjuntivas da gengiva à estrutura dentária. O periodonto saudável apresenta dimensões médias de 1,07mm de inserção conjuntiva, 0,97mm de epitélio juncional e 0,69mm de sulco gengival.

O tratamento destes dentes é um desafio para a odontologia, principalmente quando estão localizados na região anterior do arco superior. Os dentes normalmente indicados para a extrusão são os incisivos, caninos e prémolares. Os molares apresentam maior suporte ósseo e menos necessidade estética que os dentes anteriores, além de trazer as furcas para um nível próximo à junção cemento/esmalte dos dentes adjacentes com possível exposição. Nos casos onde é necessário o tratamento endodôntico, a falta de estrutura coronária adequada para colocação de grampos e dique de borracha bem adaptados pode permitir a entrada de saliva para dentro da cavidade pulpar quebrando a cadeia asséptica e comprometendo o resultado do tratamento; já para a prótese, a dificuldade será a visualização, preparo adequado e a moldagem do remanescente o que pode prejudicar a adaptação da restauração2. Diante destes problemas pode-se fazer a extração do dente, o aumento cirúrgico da coroa clínica ou o tracionamento dentário, que é a movimentação ortodôntica de um dente no sentido oclusal e que leva à exposição de tecido dentário sadio coronal à crista óssea, permitindo a restauração do dente sem comprometimento estético ou periodontal.

Pontorieiro et al. afirmaram que o dente que é tracionado com auxílio da fibrotomia (que consiste na ressecção de fibras supra alveolares) oferece menor resistência às forças ortodônticas, e que este procedimento deve ser feito a cada sete dias.

Kajyiama et al. através de estudos em macacos concluíram que a junção mucogengival permaneceu estável, houve aumento da gengiva inserida correspondente a 80% da distância da extrusão, o sulco gengival diminuiu de profundidade e a coroa clínica do dente aumentou apenas 20% da distância da extrusão.

Salama et al. demonstraram a utilização da extrusão ortodôntica de dentes condenados periodontalmente, com finalidade de ganho vertical de tecido ósseo e gengival para preparo do local do implante.

Os dentes mais indicados para tracionamento são incisivos, caninos e pré-molares. A erupção forçada de molares pode trazer as furcas para um nível próximo da junção cemento-esmalte dos dentes adjacentes, com possível exposição. Além disso, a dificuldade técnica em se conseguir força para a tração desses dentes que podem possuir raízes divergentes contra-indica o tracionamento e torna o aumento de coroa clínica a técnica de eleição para tais elementos.

A técnica de tracionamento utilizada no caso por nós relatado foi a movimentação rápida, pois, o dente em tratamento tinha o periodonto íntegro, com nível gengival e da crista óssea adequados em relação aos dentes adjacentes e havia necessidade de expor remanescente radicular acima da
crista óssea para a preservação das distâncias biológicas.

O tracionamento radicular é uma técnica de fácil execução que permite a preservação das distâncias biológicas e manutenção da condição estética em dentes anteriores. O tracionamento feito muito rapidamente pode levar a necessidade de uma maior correção periodontal póstracionamento.


Link do artigo na integra via RGO:

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